Hoje 17 de setembro de 2018, mais que um feriado municipal é o dia de lembrar que há exatamente 47 anos um filho da terra e seu companheiro entra na história do país, foi em 17 de setembro de 1971 nos caminhos do Buriti a Pintada que aconteceu o assassinato de José Campos Barreto (Zequinha) e Carlos Lamarca.
Desde o ano 2000 a data é celebrada na comunidade de Pintada por iniciativa da Diocese de Barra através do Bispo Diocesano Dom Luiz. Batizada como “Celebração dos Mártires” e com o slogan “Vidas pelas Vida”, nos faz lembrar desses heróis que deram suas vidas pela vida, deram a vida pela democracia, pela liberdade do povo brasileiro e as oportunidades em nosso país. Hoje é dia de reflexão e queremos recordar e valorizar a luta desses jovens pela democracia em nosso país, e que lutaram para que o povo tenha vida e vida em abundância.
Em homenagem a este dia e em memória de nossos heróis, apresentamos um cordel que conta esta história. O cordel de título “O ESCRITOR DO PRÓPRIO DESTINO”, é de autoria de Tainá Oliveira, da comunidade de Boca das Palmeiras, ex-aluna da Escola Luís Eduardo Magalhães (Cocal).
Foi numa terra pequena
De nome Buriti Cristalino
Que viveu um visionário
Escritor do próprio destino
Seu nome era José
Um rapaz de muita Fé
Sonhador como um menino
De José não era chamado
Para todos era Zequinha Barreto
No Buriti era um exemplo
E merecia todo respeito
Era um jovem inteligente
Encantava toda gente
Ia atrás do que tinha direito
Em um período de repressão
Foi destaque como liderança
Pois não queria a submissão
E sim um Brasil de esperança
E mesmo enfrentando a tortura
Queria o fim da ditadura
Lutava com confiança
Na cidade de São Paulo
Fez a marcha da resistência
A justiça era um ideal
Por isso tinha a insistência
E no movimento operário
O jovem revolucionário
Mostrou sua decência
Decência de lutar ao lado
De todo povo oprimido
Pois para ter a democracia
Era preciso está unido
Militâncias e estudantes
Se organizavam a cada instante
O sonho não estava perdido
A luta tinha seu preço
E isso Zequinha viu
O medo e a dor da morte
Que seus companheiros *sentiu
Mas ELE não se entregava
Queria ter o que desejava
Por isso não desistiu
Lutando pelo mesmo ideal
Lamarca, Zequinha conhece
Ex capitão do exercito
Uma nova função exerce
Virar líder socialista
Mas é chamado de terrorista
Pois os tiranos desobedecem
Virou o homem mais procurado
No Regime Militar
Seu rosto estava estampado
Em tudo que era lugar
Virou um fugitivo
Mas Zequinha lhe deu incentivo
E no sertão foi se abrigar
No Buriti se escondeu
Mas os inimigos não *despistou
Os soldados da repressão
O abrigo encontrou
Armaram uma operação
Chegaram com confusão
E muita gente torturou
E no dia 17
A fuga então terminou
Os militares conseguiram
E a operação se encerrou
De forma covarde e brutal
Os dois tiveram um final
Que o pé de BARAÚNA testemunhou
Zequinha e Lamarca nos *ensina
A lutar por nossos ideais
Na vida somos diferentes
Mas nos direitos somos iguais
Os dois nos deixou o legado
Que merece ser lembrado
“Lutar sim, desistir jamais”
Brotas de Macaúbas, 17 de setembro de 2018.
Prefeitura Municipal de Brotas de Macaúbas – Terra de Gente Feliz